Puramente pessoal...

Desabafos, pensamentos, idéias, pulgas e mais um pouco desta cabeça que não me deixa em paz.

Curioso?
Maíra
Atriz, diretora, oficineira, educadora, cantora... Pessoa.

sexta-feira, outubro 30, 2009

Rugas e respeito...

Dou uma oficina pra jovens em situação de exclusão social.
Porque falar disto aqui? Porque não falar, tenho falado em todos os lugares a que vou...
Eles tem, em média, de 14 a 18 anos. É tão engraçado...
Me chamam de "dona" ou "sora". Parece que me respeitam. Me pergunto: como? Além da posição natural hierárquica, eu realmente fiz alguma coisa pra merecer este respeito?
Temos conhecimentos diferentes. Temos realidades diferentes. Quase falamos línguas diferentes. O que faz alguém te respeitar?
Não sou tão mais velha que eles, mas tenho me sentido de vez em quando. Quando vejo que estão cantando, em versão pagode, uma música que era rock ou baladinha, na minha época. Ou quando as referências que eu tenho já não significam pra eles. Essa é uma das minhas rugas...


Outra ruga é o fato de um gatinho pedir pra sair comigo, me dando o telefone dele, e não pedindo o meu... Fico sem saber o que fazer.
Como a gente faz pra aceitar o convite e ainda ser respeitada.
Dentro das novas perspectivas femininas, ainda é preciso ser "durona" pra manter a dignidade.
Me disseram que eu sou "faca na bota", ou seja, tenho respostas afiadas e não dou tanto espaço quanto parece. Acho que é necessário ser assim, no fim das contas. Se não, ninguém te respeita.
Mas não é tão divertido. Gosto do jogo, do "gato e rato", mas gosto de chamar para um filme, sem mais valor do que querer a companhia de alguém específico.


E quando me pego pedindo conselhos à irmã mais nova, definitivamente minhas rugas aparecem...

quarta-feira, outubro 21, 2009

Frogmentos violetas

Meus pedaços andam por aí, coaxando, eu acho...
Por que tá faltando tanta coisa dentro de mim, que não sei onde me achar a essas alturas. Choveu, choveu e choveu. Afoguei-me e voltei, como fênix com guelras ou aquelas coisas que ficam entre os dedos dos anuros (sim, eu encontrei várias palavras na internet, menos a que eu queria).


Tenho um roxo em cada braço de jogar vôley com bola de futebol , hehe... Tem um roxo na coxa de que não faço ideia da procedência. Tem um rasgo no joelho de sair mal do carro dos amigos. Uma cãibra no dedo do pé esquerdo me esculhambou o ensaio.


Quero um guindaste. Pra me tirar do fundo de onde quer que eu esteja... Mordendo.

terça-feira, outubro 20, 2009

Rap do Real

"Com quantos reais se faz uma realidade, é preciso muito sonho pra sobreviver numa cidade grande jogo de cintura entre estar esperto e ser honesto há um resto que não é pouca bobagem!"


Pensamentos de quem anda pensando em cidades maiores ainda...

sexta-feira, outubro 16, 2009

Tirando as teias de aranha...

Faz tempo que não posto nada. Tempo é um eufemismo, faz 3 anos!

Tenho sentido necessidade de falar, mas sem ouvir aqueles comentários do tipo: "isso passa", "é fase" ou "tu já procurou um psicólogo?".

Quero simplesmente exprimir impressões, se alguém resolver responder, não vai ser imediato, nem nas minhas respirações.

Às vezes a saudade dói como nunca.
Como se não fosse me deixar respirar.
Não tem lugar pra carinho ou gentilezas.
Dar ou receber.
Uma pedra em lugar do peito.
Eu queria gritar e xingar, como a maior parte das pessoas faz.
Mas não é do meu espírito descontar em quem não tem nada a ver com isto.
Ou até em quem tem algo a ver.
Só sei que se gritasse com alguém me sentiria pior.

E é engraçado.

Dizem que Deus dá a cruz conforme a tua capacidade de carregá-la.
Nem maior nem menor.
Será que é por isto que as pessoas por vezes me sentam as patas gratuitamente?
Por que eu não vou sair chorando, ou talvez só grite de volta.
Mas, provavelmente, não vou sumir?...
Será?
Porquê se sim, elas não sabem, mas meu copo é grande, não infinito.

Também coleciono insultos.

Um dia vou embora.
Talvez fale contigo ainda.
Tome um chimarrão, coma um bolo ou vá a um cinema.
Mas definitivamente, tu não entra mais em meu coração.

Amargo pra tanta juventude? Boçal? Idiota? Franco.

Me cansa.

Me cansa planejar tudo e cumprir sozinha. Não faltar. E depois ter que trabalhar dobrado por causa de outras pessoas. Me cansa ouvir reclamação todo dia. Reflexões deprimentes sobre profissão, futuro, amores. Falta de consciência do coletivo. Corpo mole. Ver a mesma pessoa todo dia no mesmo lugar.

Gosto de movimento. De ver gente diferente e nova, sempre. Gosto de gostar do que vejo. De gostar do que ouço. De gostar do que como. To sentindo falta de gostar...

Com cor de cocô!

Bjim, estou de volta!