Puramente pessoal...

Desabafos, pensamentos, idéias, pulgas e mais um pouco desta cabeça que não me deixa em paz.

Curioso?
Maíra
Atriz, diretora, oficineira, educadora, cantora... Pessoa.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Se resolver ler, vá até o fim.

cirurgia Eu estou muito, muito, muito magoada. Muito. Eu não sei quem dá o direito a essas pessoas que se dizem nossos pais de se apoderar da gente do jeito que fazem. De pisar no que a gente tem de mais caro, nas coisas pelas quais a gente mais lutou e luta pra manter iodo Família em geral é assim: só por que eles acham que sabem da nossa vida, falam o que bem entendem e, o que é pior, a gente não pode nem ficar brabo ou se ofender porque, afinal, eles estão certos mesmo. E a gente segue vivendo e fazendo de conta que engoliu e que está tudo certo agora, tudo foi dito, não se tem mais nada a discutir. Hipocrisia. Na próxima briga ou discussão vem tudo a tona e mais um pouco, porque aí você também terá coisas a dizer bisturi CRESCER pode ser TER COISAS A DIZER. Que graça: guardamos figurinhas, colecionando para um dia trocá-las. A questão é: será com amigos? Eu sinto tanta raiva às vezes que é como aquela música do Renato Russo "Meu grito acordaria não só a tua casa, mas a vizinhança inteira". Adorava ele e acho que é por isso, porque ele sentia muito tudo. Sua mãe disse uma vez, logo depois dele morrer: "se havia baleias morrendo no Japão, meu filho entrava em depressão por meses" corte logitudinal Eu não ficaria assim por baleias, mas quando alguém que eu amo me faz sentir tanto ódio, por existir aqui e agora, é como se estivessem atravessando meu peito com uma lança gigante, bem lentamente e fosse rasgando de dentro pra fora, cada milímetro do meu osso externo, mas sem arrebentar retirada do nódulo Então ela diminui de tamanho, mas sem deixar de atravessar, até que não tem mais nada de novo. E basta uma palavra doce, uma voz mansinha, eu amoleço e não consigo sentir mais nada anestesia QUE RAIVA DE MIM. Como a gente é trouxa. É assim que vai acontecendo, a gente nasce, cresce, fica estúpido, se reproduz, cria outro ser igualmente ou mais estúpido e o mundo segue girando. Minha vontade era dizer Feliz 2006 pra vocês também! Mas não concordo com o que escrevi sutura Se eu sigo com essas pessoas, se eu perdôo, se repenso, se ouço uma centena de vezes, sempre, é porque as amo. São parte de mim. São o que eu sou. E eu sei que posso ser mais e melhor que isso, é por isto que estamos aqui: para sermos melhores. E eu acredito mesmo na capacidade do ser humano.

Sejamos seres humanos uma vez na vida ou sempre que pudermos e o mundo será melhor, cada vez mais. Feliz 2006 com muito carinho...

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Pensei em...

Não é possível que, depois de tanto tempo, me dê pânico a idéia de duas semanas sem fazer nada! Meu Deus, estou roendo as unhas "frágeis testemunhas de um crime sem perdão" (desculpa, não aguentei). Mas, falando sério (o que dá outra música), é muuououououito estranho: DUAS SEMANAS. Acho que vou lavar a casa inteira, todas as minhas roupas de inverno, para guardar...

Mas e se faltar água? Á beira de um ataque de nervos, de uma crise, de um AVC ou anemia crônica, eu pergunto: o que vou fazer? Dar voltas correndo no condomínio, fazer todo o circuito nos aparelhos da praça, um safári pelas minhas vilas vizinhas? E, o que é pior, provavelmente sem dinheiro e com todo mundo viajando para a praia ou indo visitar seus parentes. Eu fazia isto antigamente, mas agora são eles que viajam até mim. Pensei em passar lendo tudo que aparecesse na minha frente, mas o problema não é me ocupar, é gastar esta energia que meu metabolismo passou a gerar devido às freqüentes férias com aula e aos últimos meses acordando às 6 e meia e dormindo meia noite, uma da manhã. Preciso de férias sim, como todo mundo, mas não sei mais como se faz ISTO! Pensei em conseguir uma bicicleta, mas meu apartamento é tão pequeno que não tenho onde guardar. Pensei em ir a São Leopoldo, na casa da minha mãe, onde tem uma bicicleta mas não tem INTERNET! Pensei até em arranjar um namorado, mas daí teria que assistir a filmes em posições confortáveis demais pra quem se acostumou à cadeiras duras ou com braços que não te deixam sequer se acomodar direito. Pensei em sair agora e comprar uma Coca-Cola, mas o mercado já fechou e, mesmo que estivesse aberto não teria dinheiro aqui, por que estupidamente, não comprei fichinhas e tenho que guardar para pagar a passagem para a aula da Dagy amanhã.
Dia 23 e tenho aula ainda? SIM. A última. Estou triste e contente. Estou com sintomas de amar, segundo Camões.

Mas não sei o que amo neste momento. Talvez seja o Teatro. Neste ano comecei a vivê-lo intensamente. E neste semestre fiz o que acho ser atriz: pelo menos três ou quatro personagens diferentes ao mmeessmmoo tempo. Quase enlouqueci e foi um daqueles processos reais de conhecimento onde tu não entende bem por onde está caminhando e, mesmo assim, sabe que está no caminho. Termino meu ano com gostinho bom de quero mais, de tem muito mais de onde este veio e EU QUERO. Me peguei de repente defendendo idéias de teatrinho e teatrão, de fazer teatral, de sagrado, de verdade, de dificuldades e de soluções. De atuar e ser e interpretar e sonhar. Me peguei olhando pra mim e vendo plurais.
Pensei em não parar...

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Amei.

Descobri que amei.
Que amei na vontade de estar junto.
Amei de contar com esta pessoa.
De querer colo e ter coragem de pedir.
De ligar chorando.
De confiar.
De receber uma ligação de alguém chorando.
De pedir perdão.
Me sentir plena.
Saber que nada vai me derrubar.
Enfrentar tudo era... possível.

Amei o ar.
Amei ser.
Ser questionada.
Receber conselhos.
Receber carinho.
Amei amada.

Faz tempo...