Suspiro
Seguindo o raciocínio das mudanças, eu sempre corri muito, tive muitas atividades ao mesmo tempo. Começava em algo por gosto, aí por necessidade e quando aparecia o que eu queria, já estava bem lotada de horários, mas acabava pegando também. O resultado é que sempre tive pouco tempo livre.
Quando meu pai adoeceu, eu estava a duas horas da minha viagem pra Cuiabá, entre o sétimo semestre da faculdade e o projeto de graduação, mais a bolsa de 20 horas e umas cinco peças em cartaz, uma após a outra. Quando ele faleceu, dois anos depois, eu havia pedido reingresso, cursava uma cadeira de 20 créditos, mais a bolsa, mais as peças... enfim.
Em uma conversa com meu professor, comentei que estava ainda em choque com tudo o que tinha acontecido, e que estava começando a compreender a dimensão da falta que ele me fazia. Que quando consegui uma proposta legal de trabalho, a primeira pessoa pra quem pensei em ligar foi meu pai, e que já não dava mais. É nessas pequenas coisas do dia-a-dia que ficava mais concreto o tamanho da perda.
Meu professor me respondeu que muitas fichas ainda iam cair e que a gente acaba aceitando. Agora vai fazer dois anos que ele se foi. E as fichas continuam a cair.
Semana passada encontrei o Finger, um grande amigo, que conheceu meu pai. Fiquei muito feliz de revê-lo, mas fiquei tão triste de me dar conta da falta de novo. Ontem, quando encontrei a Biju, foi a mesma coisa. E hoje a tristeza me pegou forte. Vai piorar até passar o meu aniversário e o da morte dele, que são próximos. E eu me pergunto: quem vai restar perto de mim. É difícil segurar a minha tristeza. Ela é um misto de revolta, mágoa e de amor que já não posso dar. Não tem direção. tenho medo de acabar sozinha, mais do que já ando.
Quando leio o texto de novo, é tão dramático, tanta lamentação... Mas acumulou tanta coisa que anda difícil segurar. Aqui pelo menos ninguém vai me agredir ou projetar suas próprias dificuldades. Aqui dá pra respirar...
Quando meu pai adoeceu, eu estava a duas horas da minha viagem pra Cuiabá, entre o sétimo semestre da faculdade e o projeto de graduação, mais a bolsa de 20 horas e umas cinco peças em cartaz, uma após a outra. Quando ele faleceu, dois anos depois, eu havia pedido reingresso, cursava uma cadeira de 20 créditos, mais a bolsa, mais as peças... enfim.
Em uma conversa com meu professor, comentei que estava ainda em choque com tudo o que tinha acontecido, e que estava começando a compreender a dimensão da falta que ele me fazia. Que quando consegui uma proposta legal de trabalho, a primeira pessoa pra quem pensei em ligar foi meu pai, e que já não dava mais. É nessas pequenas coisas do dia-a-dia que ficava mais concreto o tamanho da perda.
Meu professor me respondeu que muitas fichas ainda iam cair e que a gente acaba aceitando. Agora vai fazer dois anos que ele se foi. E as fichas continuam a cair.
Semana passada encontrei o Finger, um grande amigo, que conheceu meu pai. Fiquei muito feliz de revê-lo, mas fiquei tão triste de me dar conta da falta de novo. Ontem, quando encontrei a Biju, foi a mesma coisa. E hoje a tristeza me pegou forte. Vai piorar até passar o meu aniversário e o da morte dele, que são próximos. E eu me pergunto: quem vai restar perto de mim. É difícil segurar a minha tristeza. Ela é um misto de revolta, mágoa e de amor que já não posso dar. Não tem direção. tenho medo de acabar sozinha, mais do que já ando.
Quando leio o texto de novo, é tão dramático, tanta lamentação... Mas acumulou tanta coisa que anda difícil segurar. Aqui pelo menos ninguém vai me agredir ou projetar suas próprias dificuldades. Aqui dá pra respirar...
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