Puramente pessoal...

Desabafos, pensamentos, idéias, pulgas e mais um pouco desta cabeça que não me deixa em paz.

Curioso?
Maíra
Atriz, diretora, oficineira, educadora, cantora... Pessoa.

quarta-feira, setembro 20, 2006

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Cheguei à conclusão de que PRE CI SO do meu pai. Não é uma questão de gostar ou de laços sangüíneos. É precisar.
É poder me ver, me olhar nos olhos e saber quem eu sou. É saber o que eu estou fazendo aqui.
Saber exatamente não: mas sentir que estou aqui por um motivo muito forte.
Eu só poderia estar aqui, em mais lugar algum.
Cada vez que vejo o trabalho dele, as coisas que ele pensa, ensina e faz, me sinto um pequeno siri. Andando aos tropeços por não saber aonde vou. Mas sem deixar de ir.

É tão angustiante o que tenho passado nos últimos dias.

Vi Pina Bausch no SESI e fiquei dois minutos batendo palmas sem perceber, de tão emocinada.
Vi Saudades em terras d'água no Renascença e quase morri chorando. De aplaudir me lavando e ao mesmo tempo indignada, por que aquela peça merecia um enorme silêncio de, no mínimo, respeito pelos nossos sentimentos.
Fiz uma viagem fantástica pra Cuiabá, de onde voltei com sensações mis, sem conseguir expressar. E passando por louca cada vez que tentava. Além do medo de altura - inexplicável - mas que, tenho certeza, adquiri no caminho.
Meu pai fez uma cirurgia de um tumor na perna, que por incrível que pareça, quase levou sua vida. E a minha.
Criei o que, no momento, seria a peça da minha (pequena) vida. Pelo envolvimento, pelo suor, pela briga e convicção.
Vou me formar com uma participação numa peça bem menor, mas importante pra mim.
Vou me formar.
E estou sozinha.
Como parece que sempre vou estar. Não de amores ou amizades ou família, mas de iguais. Me sinto cada vez mais diferente de tudo a minha volta. Perdão aqueles que possam se sentir excluídos de minha vida com este comentário, mas é real.
Ninguém sabe efetivamente o que passa dentro de mim. Dentro de qualquer um. Podem até compreender, mas percebo que nem quando choro deixo marcas críveis. Poucos percebem quando não estou bem. Talvez aqueles mais distantes, que ao perceberem, EU percebo que não posso chorar, por que não dá. Não há espaço pra dizer o que me faz chorar. Em lugar nenhum. Todo mundo argumenta, como se não fizesse sentido sentir algo assim. Falta de respeito.
"Como se um anjo triste estivesse perto de mim". Parece.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Papo que rolou faz um tempinho:
"-Tem visto a Maíra?"
"-Não. Falo com ela uma que outra vez no MSN"
"-Ela tem disso. As vezes some."
"-Poisé..."

Além disso. Tem uns 3 ou 4 meses até tu te formar. E tu sabe como as coisas mudam em 3 ou 4 meses.

7:36 AM, setembro 26, 2006  
Anonymous Anônimo said...

De certa forma eu me identifiquei muito com o que tu escreveste. Tem épocas que ninguém consegue perceber que não estou bem, só percebem se for dito e mesmo assim não compreendem, pois eu não deveria não estar bem. Não sei se foi bem isso que tu disse, mas foi a interpretação que dei. De qualquer maneira, anjos tristes também têm asas e voam para longe e podem voar a qualquer momento. :)
Beijinho

11:23 PM, outubro 05, 2006  
Anonymous Anônimo said...

Acabei de descobrir que não só (re)nascimentos andam me emocionando. Um beijo, Má.

8:11 PM, outubro 12, 2006  

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